As estatísticas demonstram a raridade que foi o atendimento realizado pelo Hospital São Donato de Içara na manhã desta segunda-feira, dia 8. E nem foi pelo nascimento de gemelares, pois essa é uma condição já comum, em 19 a cada 100 partos no Brasil. A empolgação da equipe de profissionais ocorreu com o nascimento de um bebê ainda envolto pela placenta e com todo o líquido amniótico preservado. Conforme a enfermeira Juliana Berns, isso ocorre somente uma vez a cada 80 mil partos e as crenças populares apontam ser sinônimo de vida longa.
A placenta é uma membrana fina e resistente, mas que facilmente se rompe até a hora do parto, seja pelos movimentos do bebê ou pelo manuseio da equipe para o nascimento. Às 8h55, uma dessas bolsas se rompeu com Caio, com 2,7kg e 49cm. Quatro minutos depois foi a vez de Sabrina Euzébio de Oliveira e Jones Alves Bauer conhecerem Kadu, também por cesárea, mas, neste caso, toda a placenta ficou preservada com o menino de 2,9kg e 48cm dentro e a observação dos movimentos e das atividades que exercia dentro do útero.
Conforme Sabrina, a gestação foi tranquila, mas agitada pelo espaço compartilhado no útero. A moradora de São João do Sul estava com 38 semanas e gestava com os gêmeos em placentas diferentes quando se deslocou de São João do Sul para o momento tão aguardado no Hospital São Donato. E, segundo ela, o parto empelicado adicionou um pouco mais ainda de encanto. “Acompanhei por meio dos relatos feitos pela equipe”, diz. “Eu já tinha presenciado o nascimento do nosso primeiro filho. Mas, dos gêmeos foi algo bem diferente por essa raridade”, pontua Jones.
Jornalismo
09/02/2021 06H28