A pesquisa na Unesc não para e já no início de 2021, a Universidade vai trazer para a população respostas importantes a respeito dos reflexos da pandemia na saúde física e mental. O estudo Mental Covid – Impacto da Covid-19 sobre a Saúde Mental da População” entrou na reta final de coleta de dados e a expectativa dos pesquisadores é que ainda em janeiro as entrevistas com moradores de mais 1.000 domicílios nos municípios de Criciúma (SC) e Rio Grande (RS), sejam concluídas. Os dados coletados entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 serão comparados às informações obtidas em pesquisas realizadas nos municípios antes da pandemia.

 

Entre os pontos que serão abordados pela pesquisa, estão a alimentação, a realização de atividades físicas, a qualidade de vida e qual o público mais afetado pela pandemia. O estudo é desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e foi contemplado em um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

 

Na Unesc, a pesquisa é coordenada pelos doutores em Epidemiologia e professores do PPGSCol, Fernanda Meller e Antônio Augusto Schafer. Na Furg, a pesquisa tem como líder o doutor em Epidemiologia e professor do PPGCS, Samuel de Carvalho Dumith.

 

Segundo Schafer, a pesquisa vai servir também para avaliar o comportamento perante a Covid-19 em moradores de cidades de tamanhos similares a Criciúma e a Rio Grande, mas em estados diferentes. “A Unesc possui dados de 2019 e a Furg, de 2016 e basicamente a vida das pessoas não sofreu uma influência tão grande de um ano para outro. A diferença foi uma pandemia, algo pelo qual todos estão passando, independentemente do local em que vivem e da classe social”.

 

A escolha das residências a serem visitadas foi feita de forma aleatória, através de um sorteio e as entrevistas são realizadas com pessoas adultas e idosas. Em Rio Grande, a primeira etapa da pesquisa foi concluída recentemente e contou com 1.307 entrevistas. Em Criciúma, dos 600 domicílios sorteados, mais da metade já foi visitado – estima-se que ao final sejam realizadas mais de 600 entrevistas (o intuito é sempre entrevistar todos os moradores com 18 anos ou mais dos domicílios sorteados). Recentemente, a equipe de entrevistadores da Universidade recebeu o reforço de entrevistadoras da equipe da Furg, para colaborar com a coleta dos dados nesta fase final.

 

Segundo Schafer, a população está sendo muito receptiva com os entrevistadores, o que é de extrema importância para o bom andamento desta fase da pesquisa. “O aceite para responder ao questionário é vital para a pesquisa. Tomamos muito cuidado em todo o treinamento dos entrevistadores e eles chegarão nas residências preparados e com todos os equipamentos de proteção individual exigidos para esta situação. Os moradores não terão nenhum contato próximo com a equipe e as entrevistas ocorrem fora da casa ou do apartamento, podendo ser até através do muro”, conta o professor da Unesc. “Mas seguimos pedindo a colaboração da comunidade, já que para conseguirmos ter a visão do todo de Criciúma, precisamos conseguir todas as entrevistas”, complementa.

 

O pesquisador da Unesc explica que todas as informações coletadas na entrevista são armazenadas em um banco de dados, e serão acessadas na segunda fase da pesquisa, constituída pela análise dos dados. Posteriormente, as informações serão compiladas e entregues para o poder público dos municípios participantes da pesquisa, para colaborar na tomada de decisões na área da saúde coletiva. Além disso, o professor da Unesc lembra que a pesquisa irá ser o ponto de partida de artigos científicos desenvolvidos pelos alunos e professores do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade.