O conhecimento construído na Unesc vai para além dos muros do campus e impacta positivamente a sociedade. Essa é a essência de uma Universidade comunitária, que relaciona o mundo real à vivência acadêmica dos estudantes logo nas primeiras fases. Um bom exemplo desta conexão entre produção científica e engajamento da informação em favor da sociedade foi experienciado pelos alunos da primeira fase dos cursos da EcoCria (Escola de Comunicação Criativa). A proposta, que tomou forma completa nesta segunda e terça-feira (15 e 16/12), foi desenvolver o planejamento de comunicação de instituições de cunho social, com a identificação de potencialidades e visão para curto, médio e longo prazo.

O desafio foi posto na disciplina “Planejamento em Comunicação e Marketing”, ministrada pela professora doutora Roberta Manica para as turmas de Comunicação Digital, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Além das aulas teóricas, para a condução de todas as fases do planejamento, os alunos escolheram uma instituição social para executar o projeto prático e trabalhar durante todo o semestre.

Divididos em três equipes interdisciplinares, foram escolhidas a ONG (Organização Não Governamental) Amigo Bicho, Amovi (Associação Amor à Vida) e o Lar de Auxílio ao Idoso Feistauer. “A intenção não era apenas solucionar questões estratégicas organizacionais, mas iluminar e dar visibilidade à missão de cada uma. Mais do que pesquisas e leitura de cenário, os alunos se superaram no trabalho em equipe, resiliência diante das circunstâncias pandêmicas, pró-atividade e empatia. Como adiantei a eles no primeiro dia de aula, não é uma disciplina, é uma experiência de encontro com o outro que levarão para sempre nas suas trajetórias de vida”, enfatizou a professora.

O comprometimento das equipes foi tamanho que alguns estudantes seguirão auxiliando as instituições. Foi o caso da equipe responsável pela ONG Amigo Bicho. Emerson Fernandes e seus colegas pensaram, a curto prazo, na confecção de calendários para a comercialização e algumas outras ações pontuais. Mas eles querem ir além, e a partir do fim deste semestre passam a fazer parte da organização. “Essa primeira experiência como estudante da Unesc foi incrível. Saímos um pouco da zona de conforto e trabalhamos pela questão social, sem a visão do lucro e ajudando uma instituição que tanto necessitava”, destacou Fernandes.

Segundo o aluno, a construção dos do plano se desenvolveu de forma harmônica, usufruindo das qualidades de cada integrante da equipe. “As experiências com os colegas e com a professora vão ficar marcadas nas nossas vidas. Tanto para mim, quanto para os meus colegas, foi algo que vai acrescentar muito a nossas vidas. A Amigo Bicho vai ficar para sempre com a gente. A confecção destes calendários era um sonho deles, e quando chegamos com essa proposta nos abraçaram de uma forma especial, o que fez com que tivéssemos mais vontade ainda de contribuir”, afirmou o estudante.

Os resultados positivos desta conexão logo foram percebidos, como relata a vice-presidente da Amigo Bicho, Kariny Piovesan Teixeira. O sonho de confeccionar um calendário sempre esbarrou nas questões financeiras, mas agora é realidade e teve custo zero. O saldo arrecadado até o momento será utilizado para sanar as contas. “Com bastante dívidas em clínica veterinária, e sem estrutura, ficava praticamente impossível tirarmos as fotos, de criarmos uma arte legal, e de produzirmos os mesmos. Quando eles vieram com essa iniciativa nós, voluntários, adoramos e tentamos ajudar de todas as formas possíveis”, comemorou.

Mais do que o resultado financeiro, o projeto também trouxe novos ares. Em março de 2021 a ONG Amigo Bicho completa 10 anos de fundação e inicia uma nova década com esperança e propósito. “Veio em uma ótima hora. É muito importante a ajuda das pessoas nessa causa que ainda é tão desvalorizada. Quanto mais união em prol de ajudar os animais, mais conseguiremos salvar vidinhas indefesas. Ficamos muito felizes com a ajuda, em nome da nossa entidade, da Sophia, nossa mascote especial, e de todos os animais que serão salvos por meio desse projeto”, completou Kariny.