A estiagem registrada nos últimos meses tem ocasionado perdas consideráveis ao setor do agronegócio em Siderópolis. Em razão disso, a Defesa Civil do município, junto com a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, está realizando um levantamento para avaliar a necessidade de Decretar Situação de Emergência.
“A situação está complicada. Santa Catarina vem registrando um volume de precipitação abaixo da média histórica, e em Siderópolis não é diferente. Existe um alerta para o uso racional da água, pois a situação pode piorar. Em relação à Decretação de Situação de Emergência em decorrência da estiagem, o registro deve ser relacionado à falta de água para o consumo humano. Então, tudo está sendo avaliado e estudado com os demais setores”, destaca a Coordenadora Municipal de Proteção e Defesa Civil de Siderópolis, Jéssica Destro.
Segundo o Engenheiro Agrônomo da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Siderópolis, Ronaldo Remor, nas vistorias de campo é possível observar o prejuízo em várias atividades, como: agricultura, pecuária, avicultura, piscicultura, hortaliças e bananicultura, entre outras.
“A estiagem afeta diretamente a cadeia produtiva. Por exemplo, na lavoura de milho, destinada para produção de silagem, existe uma redução na qualidade e na quantidade produzida, fato este que atinge diretamente a nutrição dos animais de produção de leite e de corte. Como a pastagem natural também está prejudicada, o agricultor tem que complementar a alimentação disponibilizada para o rebanho com ração, ou utilizar de forma antecipada a silagem que estava reservada para ser usada no inverno ou ao longo do ano. Isso gera um custo de produção maior e uma margem de lucro menor”, avalia Remor.
Devido à falta de água, muitos agricultores estão tendo que fazer investimentos para buscar outra forma de abastecimento. “Os locais de captação de água, habitualmente usados para o abastecimento, acabaram secando e, assim, houve a necessidade de adquirir equipamentos para fazer a logística de buscar a água em outro local. Isso acaba gerando mais um custo no sistema de produção”, pontua o Engenheiro Agrônomo.
Um dos vários agricultores atingidos pela estiagem é Seonir José Pires da Silva. O morador da comunidade de São Martinho Alto está buscando água de um açude, por meio de uma bomba, para utilizar na sua propriedade. Já para o consumo da família, tem buscado junto aos vizinhos. “Moro há 19 anos aqui e nunca vi uma seca assim. Estou mantendo o meu gado alimentado com a silagem, que estava reservada para o inverno. Minha produção de leite passou de 900 para 500 litros/dia”, lamenta Seonir.
Ainda conforme o agricultor, a sua lavoura de milho também corre o risco de ser atingida pela falta de água. “O milho ainda não foi atingido pela estiagem. A previsão de colheita é para daqui um mês. A pior hora é agora que está no início do pendoamento, se não chover bem neste mês a espiga não vai conseguir encher os grãos. O milho vai ficar todo falhado”, projeta.
Para amenizar a situação provocada pela estiagem, seria necessário cerca de uma semana de chuva moderada. Desta forma, atenderia a demanda de água de boa parte das culturas e abasteceria os mananciais e o lençol freático.